segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O MENINO CURIOSO E O DESPERDÍCIO DE TEMPO



Era uma vez um menino muito curioso que vivia fazendo perguntas sobre a vida dos outros. Certo dia, ele ficou intrigado ao ver uma mulher, sentada em um banquinho, enrolando e desenrolando um novelo de lã. Ele perguntou por que ela desperdiçava o tempo daquela forma, e a mulher não respondeu.

O garoto continuou andando e parou quando viu um homem sentado à margem de um lago. Ele colocava os pés na água, retirava-os, secava-os em uma toalha e, logo em seguida, mergulhava os pés na água novamente. Curioso, o menino perguntou por que ele desperdiçava o tempo daquela forma, e o homem não respondeu.

O garoto continuou andando e parou quando viu uma menina construindo um castelo de areia. Ele ficou decepcionado quando ela o destruiu e, logo em seguida, começou a reconstruí-lo. Curioso, o menino perguntou por que ela desperdiçava o tempo daquela forma, e a garotinha não respondeu.

O garoto continuou andando tão distraído que não percebeu que havia sido seguido, durante todo o trajeto, por um homem idoso. Cansado de tanto caminhar, o menino parou e sentou à sombra de uma árvore para comer uma maçã. O ancião aproximou-se e perguntou por que ele desperdiçava o tempo fazendo perguntas sobre a vida alheia. O garoto, indignado, olhou para o velho e, em vez de responder, perguntou a ele por que ele não cuidava de sua própria vida, em vez de desperdiçar o tempo querendo saber da vida dos outros.


Rui Petrarca dos Anjos
(Personagem de Sisi Marques)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O GIGANTE PREGUIÇOSO E AS SEMENTES DO GNOMO



Era uma vez um gigante muito preguiçoso. Ele gostava de ficar sem fazer nada o dia inteiro e se considerava o rei daquele reino de homenzinhos.

Trabalho, trabalho e mais trabalho sem descanso!... No dia seguinte, a mesma coisa!... E, no outro, no outro, e, no outro, também!... O gigante não fazia nada, e os homenzinhos tinham que fazer tudo!...

Certo dia, o homem mais alto do reino disse: “Temos que dar um fim a essa situação!... Não podemos enfrentar o gigante, porque somos muito pequenos. Eu, que sou o mais alto, mesmo me esticando todo e ficando na ponta dos pés, não consigo alcançar o joelho dele!... Embora eu seja valente, seria uma luta desigual!... Vocês se lembram do saquinho de sementes que o gnomo nos deu de presente quando se hospedou em nosso reino?!... Eu me lembro que ele disse que elas se transformariam no que desejássemos. Eis o meu plano...” E o homenzinho explicou a seus amigos o que tencionava fazer.

Na manhã seguinte, depois de servirem o café da manhã ao gigante, os homenzinhos pegaram as pás e começaram a cavar. Curioso, o gigante perguntou: “O que estão fazendo?!... Não podem perturbar o meu repouso.” Um dos homenzinhos respondeu: “Estamos fazendo buracos, para plantarmos sementes. Elas darão flores, muitas flores, belas e perfumadas, que deixarão este lugar ainda mais prazeroso.” O gigante exclamou demonstrando satisfação: “Adoro flores!... Cavem, cavem, e plantem todas as sementes. Eu quero flores, muitas flores!...”

O gigante, deitado à sombra das árvores, fechou os olhos e começou a imaginar como ficaria o seu jardim repleto de flores. Os minutos se passaram, e ele adormeceu profundamente. Horas depois, quando ele acordou, levantou assustado porque não conseguia reconhecer o lugar onde estava. Ele pensou que ainda estivesse sonhando e desejou despertar imediatamente daquele pesadelo: ele estava cercado por uma alta e densa floresta de espinhos.

Enquanto o gigante se desesperava tentando encontrar a saída daquela prisão, os homenzinhos comemoravam, com muita dança, vinho e uma farta refeição, o fim de sua submissão aos caprichos do gigante.


Rui Petrarca dos Anjos
(Personagem de Sisi Marques)

domingo, 30 de novembro de 2014

O PRESENTE DE ANIVERSÁRIO DO GIGANTE



Montanha era o nome do gigante que morava em uma caverna, nas proximidades de um reino habitado por homens que eram menores do que a caneca que ele utilizava para beber o seu leite todas as manhãs.

Montanha sempre guardava, em seu bolso, dois pedaços de barbante: um ele usava para prender sua barba, e o outro ele costumava amarrar em uma pedra, na pedra maior que ele encontrasse. Antes que você rotule Montanha de louco, deixe-me explicar: Montanha era careca. Se ele tivesse cabelo, certamente, ele usaria um dos pedaços de barbante para prendê-lo. Como ele não tinha cabelo, para sentir-se mais charmoso, ele amarrava a barba. Quanto à pedra, também existia uma explicação: Montanha sentia inveja dos homenzinhos porque eles possuíam animais de estimação. Para Montanha, a pedra que ele puxava pelo barbante representava o animal de estimação que ele tanto desejava!

Faltava uma semana para o aniversário de Montanha, quando algo terrível aconteceu: uma fera enorme invadiu o reino dos homenzinhos. Assustados, eles correram até a caverna do gigante para pedir-lhe ajuda. E foram obrigados a se esconder porque a fera os seguira e também entrara na caverna. Por um momento, eles recearam que o gato gigante ferisse Montanha. Mas eles logo se acalmaram quando perceberam que o animal se afeiçoara ao amigo que eles tanto admiravam.

O dia do aniversário de Montanha chegou, e os homenzinhos fizeram para ele uma grande festa. O bolo era enorme, e um tronco, que eles encontraram caído na floresta, serviu de vela. Montanha estava muito feliz porque havia recebido, além da festa, um presente de aniversário preciosíssimo: um animal de estimação de verdade!


Rui Petrarca dos Anjos

(Personagem de Sisi Marques)